A singularidade está próxima: quando os humanos transcendem a biologia

Sinopse:

Ray Kurzweil (n. 1948) é um renomado cientista da computação, inventor e futurista, conforme a terminologia moderna. Autor de best-sellers, ele recebeu diversos doutorados honorários de universidades ao redor do mundo. Sua principal tese é que, na primeira metade deste século XXI, a inteligência artificial superará amplamente a inteligência humana — um evento que ele chama de “singularidade”. Segundo Kurzweil, essa inteligência superior será tão avançada que será indistinguível da humana. Em uma conversa entre um humano e uma máquina, do outro lado de uma parede, o ser humano não será capaz de distinguir se está interagindo com outro humano ou com uma inteligência artificial.

As consequências desse desenvolvimento exponencial da computação podem ser vistas de duas maneiras: aterradoras ou utópicas, dependendo da perspectiva. Kurzweil, naturalmente, adota uma visão otimista, acreditando que tudo o que resultar da cultura computacional será positivo — incluindo a possível abolição da morte. Por outro lado, os chamados “apocalípticos” veem esse futuro com apreensão, temendo o caos e a subordinação do ser humano à máquina.

Como indicado no subtítulo de seu livro, Kurzweil antecipa um momento em que a humanidade superará as limitações biológicas. Ele prevê que ser humano e máquina se fundirão em uma única entidade, na qual o componente maquínico será cada vez mais dominante, eliminando o que antes era considerado exclusivamente humano. Esse novo conceito de ser humano resultará, segundo Kurzweil, em uma nova forma de humanidade. Ele argumenta que, se a teoria da evolução estiver correta, não há razão para considerar o estágio atual da humanidade como o definitivo.

A utopia positiva que Kurzweil descreve — um conceito paradoxal, já que as utopias geralmente têm um tom negativo, mesmo quando parecem prometer algo positivo — tem gerado críticas, incluindo a de E. M. Forster, que a abordou de maneira cética em sua obra A Máquina Parou, publicada nesta mesma coleção. A leitura deste livro, com sua visão profunda e argumentada sobre a cultura computacional, não deixa ninguém indiferente.