Durante um ano e três meses, convivi com o cantor e compositor Cazuza, que lutou até o fim de sua vida, desafiando tudo e todos, mas, infelizmente, a doença o venceu.
Durante esse período, pude observar uma pessoa inquieta, mas, ao mesmo tempo, um fenômeno da música brasileira, criando letras ousadas e, em outras ocasiões, românticas.
Particularmente, admirava suas músicas, que levavam muitas pessoas a refletir. Cazuza fez suas escolhas de forma democrática e viveu intensamente nos palcos da vida. Como ele costumava cantar nos shows: “Vida louca, vida breve, já que eu não posso te levar, quero que você me leve”.
Fiz parte dessa jornada, compartilhando com Cazuza sua “viagem no trem da morte”. Estive ao seu lado até o fim de sua vida, como parte do seu “show”. Escolhi esse título, “Fiz Parte desse ‘Show'”, com aspas, pois foi uma experiência árdua e difícil, mas também gratificante, acompanhar o drama e o sofrimento de alguém que lutava para viver e vencer a doença. Ele estava sempre inquieto, mas encontrou momentos para ouvir a Palavra de Deus. Por isso, valeu a pena fazer parte desse “show”.
